ROSA 382 FUGITIVA
Ó musa que inspira o meu cantar,
Agora que declarei meu amor sincero,
Minha amada foge, como o açoite fero,
O diabo foge da Cruz ao se esquivar.
Que paradoxo cruel a me assombrar,
O amor que brota, do coração, tão verdadeiro,
É agora motivo de dor, sofrimento austero,
Como a sombra escura que insiste em me cercar.
Será que o fogo da paixão desmedida
Assusta e afugenta a alma amada,
Como o diabo, ao ver a Cruz, sem saída?
E eu aqui, perdido na solidão desolada.
Dissertando em versos, numa busca destemida,
Pelo amor que se perdeu, na vida, estrada.