ROSA 373 O LAMENTO DO POBRE
No crepúsculo, a sombra se despede,
Cansado o corpo, a alma em desvario,
E em cada passo, o peso do vazio,
Desgraça é o fado que nunca se cede.
A fraqueza, amiga do descuido,
Em rostos marcados pela fadiga,
Ignorância, cruel, é a velha intriga
De um azar que ao pobre é sempre desmedido.
Caminha o homem, a sorte em desatino,
Preguiça a atar-lhe os pés no colchão incerto,
E em cada esquina, o mesquinho destino.
Todo castigo, ao pobre, é tão perto,
No ciclo vicioso, sua geração cospe no ensino,
Desgosto e cansaço, um fardo certo.