Quem viu dos olhos teus o tom sereno

Quem viu dos olhos teus o tom sereno,

Do amor que neles viram não duvida;

Amou, amou bem mais que a própria vida,

Os filhos que acolheu de afeto pleno...

Adeus, meu Deus! Que dor! Agora peno...

Descansa, mãe, de tão extrema lida...

Que a natureza, sorte embrutecida,

Acolha o corpo teu em vil terreno...

Pois almas, essas, não detêm morada

Na terra em que aguardamos, tão dolentes,

Também o nosso idêntico jazigo...

À noite, durmo, e adentro a madrugada

Sonhando, mãe, sentindo o que tu sentes!

E sonho, mãe, que enfim morri contigo!...

Daniel Guilherme de Freitas
Enviado por Daniel Guilherme de Freitas em 28/08/2024
Código do texto: T8139029
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