ROSA 368 E 369 RELAÇÕES CONTURBADAS
Nos lares onde o laço se faz de engano,
O padrasto é abrigo, é proteção;
Sustento e bens, a vida em humano plano,
Mas oculta a dor na sombra da razão.
A solicitude veste-se de calma,
E o enteado crê no seu poder;
Mas na hora da correção, a alma
Reclama a falta, o medo do sofrer.
“Tu não és meu pai!” ecoa a desventura,
Na impotência que fere o coração,
O amor se torna fardo, a desmedida.
E na fé que transcende a amargura,
Resta a conclusão: uma relação
Que entre o ser e o não ser, faz perdida.
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No seio do lar, a paz é fachada,
O padrasto, um rei em trono de ilusão,
Em tempos de conforto, a mão é sagrada,
Mas na hora da correção, a desrazão.
Confusão e raiva dançam em cena,
O enteado, em desobediência,
Reclama a voz da dor, a alma obscena,
E a chantagem veste a sua ausência.
Desgaste emocional, um fardo pesado,
A impotência ecoa entre os quatro muros,
E o desengano se torna um legado.
Na luta entre o amor e os desatinos,
Resta um vazio, laços tão duros,
Que marcam a vida em trágicos destinos.