ROSA 366

Na busca incessante do ser profundo,

Almejamos o que está além do chão,

Mas a vida, em seu ciclo, é um mundo

Que nos ensina a aceitar a razão.

A solicitude do ser se desfaz

Diante da morte, que é a única certeza,

O desengano nos mostra que a paz

É aceitar a finitude da beleza.

Medo que nos habita, fé que transcende,

Nos faz ponderar sobre o que é real,

E no fim, a verdade se defende,

A impotência nos leva ao abissal,

Mas na serenidade de um instante,

A morte é a conclusão, o nosso amante.