És tu!
Quando a manhã das tuas olhadinhas
Vem aquecer o breu do meu olhar,
É como se eu sentisse as dores minhas
Fugirem, feito Lúcifer do altar...
E quando, de repente, são vizinhas
As intenções que escapam no piscar,
Ouço o trissar suave de andorinhas:
És tu que vens ao poço me salvar!...
És tu, que sobre as sombras das montanhas,
Volitas como um feixe que reduz
A eterna escuridão que jazo imerso!...
És tu, também, que em práticas estranhas,
Concedes teu olhar de sonho e luz
Na mesma duração que tem um verso...