Dor genuína

Calar o sofrimento é vã ternura...

Quem nunca viu a dor mais insistente,

Pois sempre sob o riso, de repente,

Revela-se a verdade mais obscura!

Mas eu, que da tristeza sou criatura,

E a alegria me é coisa inexistente,

Se falo do que sinto, infelizmente,

Cabe-me só narrar tal desventura...

Vejo o peso das mágoas, tão vazio,

Vejo em mim o sofrer mais singular,

Recordo o que perdi com tal desvio;

Forçado estou a rir e a lamentar...

Sinto, então, minha vida por um fio,

E sinto-me morrer sem descansar!

Alexandre Toledo
Enviado por Alexandre Toledo em 27/08/2024
Reeditado em 28/08/2024
Código do texto: T8138466
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