Soneto do amor rejeitado

Por que o amor, que em mim se fez tão forte,

Não logra curar as feridas passadas?

Por que se afasta, qual vento em jornadas,

Aquele que me prometeu ser Norte?

Cada passo é silêncio tão cortante,

Cada gesto, uma ausência dolorosa,

E eu, que na esperança, sou chorosa,

Vejo-me só, errante e distante.

Oh, triste amor, que deveria unir,

Por que me levas ao pranto infindável?

Por que insistes em me ver partir?

Mesmo que busque teu afeto amável,

Sou levada por teu agir insensível,

Para longe, de um sonho impossível.