**Espelho de Lágrimas Ocultas**

**"Espelho de Lágrimas Ocultas"*

No espelho d’alma vejo a dor, ferida,

Que não me pertence, mas em mim se insinua,

E, como a tempestade, em vão flutua,

Nublando o sol que outrora deu-me vida.

Sou barco à deriva em mar de angústia,

Por ondas de lamento sou tragado,

E o grito do outro, em meu peito é cravado,

Com lâmina invisível que me angustia.

Se choro, é porque o pranto não tem dono,

E o pranto alheio é sombra que me invade,

Trazendo o frio da mais cruel saudade.

Que posso, então, se sou só ser humano?

Com versos, num abraço que é utopia,

Quisera eu tornar a dor melodia.

Astir*Carr

27/8/2024

Astir
Enviado por Astir em 27/08/2024
Reeditado em 27/08/2024
Código do texto: T8138124
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