SOLITÁRIO (soneto)

Quantas vezes, na solidão, asas da saudade

Me ornaram. Me levaram para de ti perto

Voaram como se fosse leve boa realidade

E como tudo, num sonho, era tudo incerto

Só silêncio. A alma sussurra alacridade.

O ar gorjeia e soluça. Sem ti, sou deserto:

A emoção no beiral debruça. Ansiedade

Tudo é triste e tudo fica tão descoberto

Há por tudo uma espera, quer verdade

Cada estrela um cupido mira, decerto

Na direção dum solitário e sua metade

Porém, na sina de ermitão sou alvo certo

Em salmo o coro se levanta com vontade:

O solitário da solidão nunca será liberto....

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Agosto de 2018 - cerrado goiano

Olavobilaquiando

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Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 26/08/2024
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