O Jardim do Passado

Saudade é um jardim em flor tardia,

Cuja beleza mora no passado,

É o vento que sussurra em agonia,

Lembrando o tempo bom, mas já afastado.

É lágrima que cai em nostalgia,

Um canto em tons de triste e delicado,

Que faz da alma um porto onde se aninha,

A dor de um amor nunca esquecido, amado.

Nos passos do relógio, a melodia

Que toca a cada hora o som calado,

De um coração que vive na agonia,

De ter perdido aquilo que foi sagrado.

Mas a saudade é também poesia,

Que canta em verso o que é imaculado,

Transforma a dor em arte, luz que irradia,

No peito, um fogo eterno e renovado.

Porém, na noite escura, a voz sombria,

Lembra que o tempo é cruel e marcado,

E o que foi doce, em breve se alivia,

Mas deixa o eco de um amor já despregado.

Saudade, és o fardo e a companhia,

A dor que traz um gosto azedado,

Mas és também um farol que guia,

O barco à deriva de um coração cansado.

Williamm
Enviado por Williamm em 23/08/2024
Código do texto: T8135267
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.