Soneto do momento
Cada momento é único, um sopro breve,
Que passa como o vento, sem retorno,
Na teia do tempo, se dissolve leve,
Deixa o instante para o eterno contorno.
No riso, no pranto, na vida tão breve,
Em cada olhar, em cada gesto morno,
Há um universo que a alma se atreve
A guardar na memória, sem adorno.
Não há segundo igual, nem repetido,
O agora é um presente imerecido,
Que nos é dado sem aviso ou regra.
Viva o instante, no presente vivido,
Pois cada momento é um sopro contido,
Eterno enquanto se vai, sem espera.