Soneto para a lua poética

Quem olha para o céu e vê a lua,

Mas nunca vê São Jorge e o Dragão,

Não pode encontrar uma razão

Pra que sua tristeza diminua.

 

A vida, como a lua, passa em vão,

Quando não há lugar pra fantasia,

Ou quando o poeta silencia

Os cantos ao luar, no coração.

 

A lua, esse satélite terrestre,

Precisa dum maestro que orquestre

Os cantos, ao luar, do seresteiro.

 

De sorte que são Jorge, lá de cima,

De espada em punho, salve a rima,

Que mantém o dragão no cativeiro.

 

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 21/08/2024
Código do texto: T8134117
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