Soneto para a lua poética
Quem olha para o céu e vê a lua,
Mas nunca vê São Jorge e o Dragão,
Não pode encontrar uma razão
Pra que sua tristeza diminua.
A vida, como a lua, passa em vão,
Quando não há lugar pra fantasia,
Ou quando o poeta silencia
Os cantos ao luar, no coração.
A lua, esse satélite terrestre,
Precisa dum maestro que orquestre
Os cantos, ao luar, do seresteiro.
De sorte que são Jorge, lá de cima,
De espada em punho, salve a rima,
Que mantém o dragão no cativeiro.