Maldita ilusão...
Maldita seja a dor dessa saudade...
Que mansamente visita o meu leito,
E desce pelo rosto um ardente pranto...
Que dói n'alma como uma triste maldade!
Ah! Maldito sejas tu que nunca vens!
Que invade o leito, e me prende na imaginação
Quando padeço nesse mundo de recordação
E torno-me refém do desejo que nunca tens
Assim, sendo, tristemente vago no vazio
Sentindo no peito as dores desse desvario
E n’alma, as mágoas, do desgosto, enfim.
Por que um dia fostes vida em mim.
Entretanto, hoje, vivo tão infeliz assim,
Pois levastes-me a maldita ilusão de sonhar