Obsessão
A peça começou! No palco, grita
Uma mulher aflita: quem sou eu?
E toda a plateia emudeceu,
Ao grito de pavor de Carmelita.
O palco, lentamente, escureceu…
O grito deu lugar a um lamento…
Quem sou eu? Por favor… Nesse momento,
Um voz na plateia diz: sou eu.
Carmelita imagina ser atriz,
Desde os seus delírios infantis,
Às costumeiras transes de loucura.
Ensaia a mesma peça, todo dia,
A transitar do palco pra coxia…
Sem encontrar o ego que procura.