ROSA 347 ECO DO VAZIO

No breu profundo onde o sonho assombra,

Escuto um grito, eco em vão, clamor,

Um lamento triste que no ar se escombra,

Reflete a dor de um insensato amor.

Tento correr, mas a sombra me encerra,

Um bicho faminto, a me perseguir,

Cada passo, um peso, a alma desterra,

No labirinto da mente, a ruína a vir.

Fujo do abismo, mas o chão é lodo,

Desilusão amarga, cruel destino,

E o tempo, cruel, arrasta-me num todo.

O vazio é prisão, não há um divino,

A tristeza é um manto, em mim engodo,

E neste desespero, sou só desatino.