ROSA 346 DESILUSÃO CONTEMPORÂNEA

Em verdes campos, a esperança murcha,

Sombras de glórias que a memória abriga,

O eco vazio, a alma atribulada puxa,

Vagueia em labirintos, triste e fatiga.

Caminhos tortuosos de um mundo insensato,

Onde o ser humano se afunda em desdém,

Olhos que miram, mas não veem o fato

De que o amor cede lugar ao desdém.

Numa dança sem ritmo, a vida é um grito,

Descompasso eterno da dor, do desvelo,

Pois o coração, já sem brio, esmorece.

E em cada amanhecer, um novo aflito,

O peso da ausência, um fardo de receio,

Na indiferença, a humanidade perece.