A Última Tela
O Sol em seu declínio regular,
Num misto oleoso a dissolver a chama,
Espelha a sua imagem sobre o mar,
Onde por entre as ondas se derrama.
Nessa paleta, a luz crepuscular
Variando de um contraste que se inflama,
Cria um dourado etéreo e singular,
Manchando o tom azul do panorama.
E aos poucos sob a treva que se avulta,
O Sol em um final momento oculta
Além do mar, a ensanguentada fronte.
E a noite, debruçada em negro manto,
Salpica as águas, cravejando um pranto,
De lágrimas de estrelas no horizonte.
Julho/Agosto 2024
Blumenau - SC