QUANDO CHEGUEI

Quando cheguei, aqui, de passageiros

já não passava o trem, neste serrano

torrão. Às vezes, via um trem cargueiro,

passando rumo a solo paraibano.

Já o tempo do áureo ciclo algodoeiro

havia se passado, há poucos anos,

e o vento do progresso, alvissareiro,

marchava pra outros ares, qual cigano.

Aqui desembarcou-me o trem da vida...

Aqui eu hei de viver e hei de morrer,

Inda que, às vezes, tantas vezes, solto

as asas, pelo mundo, em despedida,

mas quanto mais vou embora sem querer,

com mais vontade pra ti sempre volto.

Claudeciano Ferreira
Enviado por Claudeciano Ferreira em 18/08/2024
Código do texto: T8131727
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