QUANDO CHEGUEI
Quando cheguei, aqui, de passageiros
já não passava o trem, neste serrano
torrão. Às vezes, via um trem cargueiro,
passando rumo a solo paraibano.
Já o tempo do áureo ciclo algodoeiro
havia se passado, há poucos anos,
e o vento do progresso, alvissareiro,
marchava pra outros ares, qual cigano.
Aqui desembarcou-me o trem da vida...
Aqui eu hei de viver e hei de morrer,
Inda que, às vezes, tantas vezes, solto
as asas, pelo mundo, em despedida,
mas quanto mais vou embora sem querer,
com mais vontade pra ti sempre volto.