RI
Quero, nesta segunda meio sem lei,
ri, simplesmente ri, e, no riso parco
mirar a minha flecha com meu arco
bem na fuça de quem? Ainda não sei!
— De quem, talvez, esteja com o rei
na barriga, se achando um grande marco,
se enlameando em pútrido charco,
nesse constrangimento em meio à grei.
Mas calo este meu riso tão sagaz,
escondo, nesta manga, mais um às,
pra mostrar, na hora certa, sobre a mesa!
Rio, e com meu riso, espanto essa tristeza
que estava a consumir-me, na certeza
de que quem ri, afugenta certos ais!