MEU TEMPO

 

 

Revendo dos meus dias, toda a lida,

E chegando o momento doce e terno,

Resignado de tudo feito em vida,

Rumarei para meu descanso eterno!

 

O cansaço e fadiga já sofrida;

Meus desgostos... tristezas... meu inferno!...

Uns amores que deram-me guarida...

Estejam certos: já não me consterno!

 

Os amigos, porém, pensando em mim,

Dando vida a um ser que se acabou,

Na pedra colocar, como num fim,

 

Ainda uma lembrança que restou,

Unicamente escrevam bem assim:

Quando viveu, de amar não se cansou!

 

Isaías Ramalho da Silva
Enviado por Isaías Ramalho da Silva em 16/08/2024
Código do texto: T8130069
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