MEU TEMPO
Revendo dos meus dias, toda a lida,
E chegando o momento doce e terno,
Resignado de tudo feito em vida,
Rumarei para meu descanso eterno!
O cansaço e fadiga já sofrida;
Meus desgostos... tristezas... meu inferno!...
Uns amores que deram-me guarida...
Estejam certos: já não me consterno!
Os amigos, porém, pensando em mim,
Dando vida a um ser que se acabou,
Na pedra colocar, como num fim,
Ainda uma lembrança que restou,
Unicamente escrevam bem assim:
Quando viveu, de amar não se cansou!