Droga de romantismo!
No romantismo há embriaguez sem bebida,
Anestesia alcançada sem fumo.
Há esse delírio, suspiros sem rumo,
Há essa angústia fugaz, despercebida.
Românticos perdem tempo em delírios…
Delírios de grande expressão esteta;
Se fazem versos e tornam-se poetas,
Sofrem os mais estúpidos martírios.
Romantismo é uma espécie de droga.
Sim! Pois quem nele vive, se escraviza
— e a liberdade individual se some.
Faz o mendigo que no papel roga,
Deitado em qualquer esmola poetisa:
Comer os versos, continuar com fome.