ROSA 332

No silêncio tenso onde o tempo paira,

A luz suave filtra a seda nua,

Corpos entrelaçados, a alucinação que não cessa,

Despertam os sentidos, em doce àguia.

Toques, sussurros, o calor atravessa,

Os lábios tímidos, uma dança crua,

Lânguida a pele, como verão que aclara,

Mistérios em cada gesto, a paixão é sua.

No leito que arde, a respiração é chama,

Um mundo em desatino, em chamas electricas,

Olhos que se encontram, promessas e dramas.

E o desejo explode, fúria poética,

Na penumbra, a alma e o corpo se trama,

Nessa entrega, a vida se faz épica.