E tu minh'alma de pesares tantos...

E tu minh'alma de pesares tantos,

De olhares baços os olhos da aurora,

Já vagaste pelas trevas em prantos

Pisando as mesmas flores de outrora...

Meus ossos tremem cheios de quebrantos,

É lenta a dor como a lua que aflora,

Sobre as ruas ermas dos campos santos

Onde a lira da saudade ainda chora.

Ai cansado de vagar pelo inverno,

Talvez o solo flóreo em que piso

O leito me serás do sono eterno...

E assim seguimos ao som de uma trova,

Pelas brumas de um ocaso indeciso

Sem sabermos onde está a nossa cova...

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 14/08/2024
Reeditado em 25/08/2024
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