Bondade infantil
Alegre, saltitante, uma criança
Nas mãos levava algumas moedinhas;
Ia pensando – “com estas pratinhas
Compro um docinho, uma bala de trança!”
Mas quando ele passava, em sua andança
Por uma rua daquelas vizinhas
Uma mendiga - das mais pobrezinhas
Pediu-lhe esmola, com voz triste e mansa;
E a criancinha, de olhos marejados
(Enxugando na roupa o seu olhinho)
Pôs nas mãos dela aqueles trocados;
E disse, soluçando, a ela, baixinho:
- “São bem poucos estes meus guardados
Mas talvez compre ao menos um pãozinho!”