Esperança
Entreguei ao vento uma esperança que tinha,
Para que ele fosse e soprasse ao teu ouvido,
Pelo tempo este vento foi perdido,
E não entregou a mensagem que era minha.
Entreguei então, ao peregrino que caminha,
Devagar, em sua andança, comedido,
Não se fará do caminho evadido,
Mas o peregrino a esqueceu na igrejinha.
Foi-se o tempo, esqueceu-se da resposta,
De esperançoso fiquei desiludido,
Os dias matavam a promessa que tinha,
Não apagava a saudade de quem gosta,
Esperando, sem esperançar, já iludido,
Aguardando a resposta que nunca vinha.