O inferno no celeiro
No escuro do celeiro, o fogo insano
Ruge feroz, qual fera libertada…
Cortando a noite, em chama desvairada,
Traga o curral, de modo soberano!
O ardor, qual cólera de um deus tirano,
Levanta ao céu a labareda alçada…
E em brasa, o feno e a palha entrelaçada
São consumidos neste horror mundano!
Relinchos de agonia ao firmamento
Ecoam, como prantos de um tormento,
Enquanto o vento o caos acaricia…
Em cinzas se converte o chão queimado,
E o outrora lar, agora desolado,
É só lembrança de uma paz sombria.
Alexandre Toledo | Sete Lagoas, MG