O inferno no celeiro

No escuro do celeiro, o fogo insano

Ruge feroz, qual fera libertada…

Cortando a noite, em chama desvairada,

Traga o curral, de modo soberano!

O ardor, qual cólera de um deus tirano,

Levanta ao céu a labareda alçada…

E em brasa, o feno e a palha entrelaçada

São consumidos neste horror mundano!

Relinchos de agonia ao firmamento

Ecoam, como prantos de um tormento,

Enquanto o vento o caos acaricia…

Em cinzas se converte o chão queimado,

E o outrora lar, agora desolado,

É só lembrança de uma paz sombria.

Alexandre Toledo | Sete Lagoas, MG

Alexandre Toledo
Enviado por Alexandre Toledo em 09/08/2024
Reeditado em 10/08/2024
Código do texto: T8125408
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