Sem amarras, sem escoltas
Enquanto caminho, meu coração se esvazia
Uma lufada macia e fresca desperta meu olhar
Levanto a cabeça e fascinada fico a pensar:
O céu, gentilmente, me presenteando poesia.
Se expõe grandioso, emoldurando brancos véus
Um esplendor virginal que para nós ele retrata
Por entre os galhos secos, uma tela abstrata
Dançam os sonhos nas nuvens soltas naquele céu.
Em meu rosto rolam lágrimas suaves de alegria
Abraço a vida, e no espaço largo, continuo a buscar
O universo sorri e responde a tudo o que eu queria.
Nas trajetórias vividas há as incógnitas e reviravoltas
A quietude do tempo é fugaz, a vida passa sem cessar
Viver mais otimista, livre, sem amarras ou escoltas.
Texto e imagem: Miriam Carmignan
Soneto