ROSA 311
Em sombras vive quem não vai ao fundo,
Na senda alheia, o peso é sempre a outrem,
Culpa inclemente, eterno vagabundo,
Desvios da vida, ecoa em seu desdém.
Os olhos, sempre, a culpa no passado,
Ignorando o cerne de sua escolha,
Por onde se vai, o peso do pecado,
Impedindo a paz da alma, é sua bolha.
A mão que fere é a mesma que se esconde,
Na bruma do medo, a verdade é cega,
Em cada desastroso passo, responde,
Com gritos vazios à vida que entrega.
A mudança, no espelho, é a chave,
E é nelas que brota a força para a nave.