Soneto
Tece o veludo ensanguentado, graça
Dará o eterno pecado, pasma
Entre as horas, lúcida implora bença
Que destina,e vigia o brado dilema
Pálido, o vejo enrolado de desespero
Oprimido pela incoerência da vida
Desatina do céu nublado enterro
Que viga do coração bondoso perda
Invoca das horas o fúnebre choro
Invicto não desanima do lúgubre
Que entre o belo escolhe feio raro
O veludo sopra à noite de encanto
Do vento espera socorro, cobre
Os olhos de lágrima e espanto.
Jaci Oliveira
Lágrima Acústica