Murmúrios
No espelho da noite, a vida se esvai,
Sem rumo, sem norte, o tempo é cruel,
Vagueia uma alma num escuro véu,
Num mundo sem sonhos, onde a paz não vai.
Sem metas traçadas, o futuro é vão,
Os dias se arrastam, são meros ponteiros,
Nos olhos cansados, desfeitos luzeiros,
Soluçam as horas em vã solidão.
Um ser sem propósito, uma sombra à toa,
Vaga por estradas de amargo sentir,
Em busca de algo que não há de vir.
E assim, na penumbra, a existência ecoa,
Sem brilho, sem cor, no silêncio paira,
A vida pequena, num vazio que fira.