ROSA 304 O CASTIGO DO PRAZER
Quando o mapará brilha na mesa,
Como chama que atrai o olhar,
A mulher contempla à sua beleza,
Anseia, mas não pode se fartar.
Seu desejo, pulseira de corrente,
Dói em silêncios, ecoa seu clamor,
Ver-me a comer, tão à sua frente,
É castigo, é amor, é desamor.
Mas na alma que anseia compartilhar,
A alegria se estende e se entrelaça,
Pois o prazer, em nós, deve reinar.
Em cada garfada, a vida nos abraça,
Mesmo a parte que a fome vem cobrar,
Nossos laços se tornam a esperança.