Sob o Véu da Saudade
Em tardes de verão, a luz se apaga,
O sol se esconde, lento no poente.
E a saudade, então, se faz presente,
Na brisa que da pele não se afaga.
Memórias vêm à mente como vaga,
De tempos que se foram de repente.
O coração, saudoso e persistente,
Recorda cada riso, cada chaga.
A lua surge, tímida, no céu,
E as estrelas, como um doce véu,
Relembram cada sonho já vivido.
Na noite silenciosa, a dor reluz,
Saudade é um suspiro que conduz
Às lembranças de um tempo já perdido.
Sinto na alma o peso do desejo,
De reviver momentos no ensejo
De trazer de volta o que se foi.
Mas resta apenas o eco do abraço,
O som distante de um tênue laço,
E a esperança que o coração compõe.
Amanhece, e a saudade se aquieta,
Mas fica em cada canto a sua meta,
Guardada como um sussurro profundo