ROSA 302 AMOR E SEUS LABIRINTOS
Quando amo, entrego a vida inteira,
Sem reservas, sigo o peito aflito,
Esqueço sonhos, sigo a primavera,
Mas a colheita é a dor que grito.
Nos delírios, estrelas são guias,
Mas sob elas, monstros dançam a esmo,
Mulheres frias, de almas vazias,
Transformam o amor em triste tema.
É um jogo ardente, lance incerto,
Que me leva a mares de desatino,
Onde o prazer se mistura ao deserto.
Ainda assim, persisto, mesmo em ruína,
Pois amar é um fado mais que súbito,
E ao perder-me, revejo a sina.