Paz sepulcral

Paira por entre as brumas sepulcrais,

Um sussurro sinistro e tão fremente,

São lamúrias, resquícios espectrais

Que soam num silêncio já dormente;

Envolve a noite à alma em véus mortais,

Acolhe o desespero lentamente;

E o vento a devastar os roseirais,

Espalha esse lamento mais pungente...

Ouve! Parecem gritos, desalentos,

Sombrios ecos, gélidos tormentos,

Ululações de antigas desventuras...

Ouve! Porém, não tentes decifrar,

Não pode o humano coração gozar

A paz que jaz por entre as sepulturas!

Alexandre Toledo
Enviado por Alexandre Toledo em 04/08/2024
Reeditado em 05/08/2024
Código do texto: T8121839
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