RAIO DE LUA
Na noite longa a solidão sem par,
nas persianas põe os traços seus.
Tudo à volta recorda-me um adeus
que deixarei, jamais, de recordar.
De repente te sinto me tocar,
de repente, talvez em sonhos meus.
Quase acredito nos contornos teus,
nos lençóis, ocupando seu lugar.
Sempre a presença cúmplice das rosas
sobre o linho rendado, perfumosas.
Então és uma vaga sombra nua,
uma forma volátil e sutil,
uma essência de flor primaveril,
um raio melancólico de lua…