ROSA 296 CATIVOS

Nos braços dos vícios, a alma prisioneira,

Tece suas correntes com fios de dor,

Busca nas sombras um certo esplendor,

Mas cada prazer é a própria bandeira.

Promessas de paz, a mente é ligeira,

Em meio ao desejo que traz seu ardor,

Ao ceder à tentação do fervor,

Desperdiça a vida, a senda primeira.

Oh, doce ilusão que embriaga o ser,

Encantos fugazes que a crise acentua,

Fugindo da luz, o espírito a perecer.

Mas há um caminho que ao livre conduz,

Despojar-se a voz que à razão insinua,

E redimir-se, em defeito, à sua cruz.