RENOVO
(Escrito em fevereiro de 2016)
Da goiabeira, lá, num galho, canta
um sabiá seu cântico matinal
e o romper da manhã, que tanto encanta,
um sonho traz-me, ainda, em germinal.
Amanheceu. Ao leste se alevanta
o sol rompendo os montes, triunfal,
e feito uma onda, do mar, se agiganta
e vem banhar de luz o meu quintal.
E assim que a luz do novo dia toca
meu ser, em mim de esperança um fio
me diz que os males de ontem não importam,
Todos os dias renasço como a soca
da cana doce que, lá no baixio,
brota mais forte quanto mais lhe cortam.