*Flor Solitária
Brotou a flor nascida no quintal
Cresceu ali com o mugido do gado
Abriu as pétalas sem um roseiral
Frutificou assim sorriso abastado.
Vermelha, sua cor cheirando vida
Ouviu o vento, os rios, a pastagem
O sonho dourado viveu, e na partida
Seguiu a correnteza, em derrapagem
Perdeu o prumo, perdeu o sonho
Solitária murchou da sede d’água
Da mão cautelosa, o olhar tristonho.
Sorriu no amanhecer inesperado
Um fio de galho nasceu sem mágoa
A flor intacta nas mãos, o novo achado.