Desencontro
Ando perdida neste breu infindo,
louca de amor, no frêmito das horas.
O tempo vai fugindo, vai fugindo...
Não acho o sonho, amor, se tu demoras!
Procuro o beijo teu por entre auroras.
Acendo-me em ardor ao sol advindo,
mas morro no silêncio em que te arvoras
e torna em noite a luz de um dia lindo.
Há uma primavera que se abriga
nos teus olhares, desde a data antiga,
mas eu estou perdida... não a encontro...
Persiste o inverno em sombras, pois te omites,
e para a minha dor não há limites...
Perco-me em tanta ausência e desencontro!