Revelação
Eu vou falar baixinho, em seu ouvido,
As mentiras que guardo só pra mim.
Ouça, uma por uma, até o fim,
Pra duvidar de mim, como duvido.
A mentira só faz algum sentido
Num ouvido capaz de escutá-la,
Como fosse um escravo na senzala,
Que escuta e entende algum gemido.
Ouça minhas mentiras, pois são suas!
As mentiras que andam pelas ruas,
Vestidas de verdade. Todavia,
São essas vãs mentiras, meu amor,
Que, de tantas, não sei bem onde pôr,
Mas sei que são de sua autoria.