Alucinação

De tanto fingir ser o que não sou,

Vi a vida esvair-se em desatino,

Entrei no desencontro do destino,

Foi assim que minha vida desandou.

Desde então que o juízo me faltou,

Pois sempre foi o meu dileto tino,

E num momento, quase repentino,

Sem um aviso sequer, me abandonou.

Agora sou causa de piada e riso,

Onde quer que eu vá recebo maus-tratos,

Até as crianças de mim fazem pouco.

Mas todos acreditam que têm juízo.

Enquanto estão agindo como Pilatos,

Você olha no espelho e se vê um louco.

Recife, 30 de julho de 2024

Luís Xavier
Enviado por Luís Xavier em 31/07/2024
Código do texto: T8118855
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