Alucinação
De tanto fingir ser o que não sou,
Vi a vida esvair-se em desatino,
Entrei no desencontro do destino,
Foi assim que minha vida desandou.
Desde então que o juízo me faltou,
Pois sempre foi o meu dileto tino,
E num momento, quase repentino,
Sem um aviso sequer, me abandonou.
Agora sou causa de piada e riso,
Onde quer que eu vá recebo maus-tratos,
Até as crianças de mim fazem pouco.
Mas todos acreditam que têm juízo.
Enquanto estão agindo como Pilatos,
Você olha no espelho e se vê um louco.
Recife, 30 de julho de 2024