ROSA 288

Na vida, há um temor que nos consome,

De amar o que a morte pode alcançar,

Ver os filhos crescer e se transformar,

Sem saber até onde iremos, com o nome.

Esperar a morte, e não querer que ela tome,

Ser dela, perder para não mais voltar,

Tudo que é vivo, em mim, a pulsar,

Uma alegria penosa, que nos dome.

Amar um dia o que a morte levou,

Sentir a dor da ausência, que persiste,

Mas seguir adiante, sem quem amou.

Pois na vida, a morte sempre estará,

E cabe a nós viver com amor e triste,

Sabendo que um dia, para nós tudo acabará.