MERGULHO EM APNEIA

Passei dos limites. Rompi as estremas.

Mergulhei fundo em você, sem hesitar,

E com músculos potentes da paixão extrema,

Fui até onde não é mais possível voltar.

Não sei o que fazer, extasiado.

A maravilha de senti-la apossando-se de mim,

Sedento por suas águas como um afogado,

Não me deixa perceber a aproximação do fim.

O desejo me excita a seguir em frente:

O olhar fatal do encanto da serpente,

O viciado, a agulha, a veia estufada.

Mergulho em apneia, parca alvitrada.

Sirena, tome minha vida, minha morte, talvez,

Sele minha sina e me sugue pro fundo de vez.