ROSA 287

Na madrugada ecoam gritos agudos,

Gemidos, sussurros, amor calado,

Lascívia profana, corpos nus depravados,

Desejo escorre, colchões marcados.

O cheiro denso de corpos suados,

A ardente paixão queimando a pele,

Em cada lar, segredos compartilhados,

Em imaginação, prazer se revele.

Silente cidade, testemunha muda,

Dos amores clandestinos, hipsíflidos,

Em néctar de prazer se fecunda.

Na solidão, a mente se desvencilha,

Em devaneios profanos e atrevidos,

A fantasia, n'alma, se mantilha.