Sinhá
Eu fui escravo, agora sou cantor!
Mas volto a ser escravo na canção!
E se eu vi sinhá e disse não,
Foi para mitigar a minha dor.
Sinhá era a senhora do senhor,
E se banhava nua a céu aberto.
Aconteceu um dia eu estar perto…
A roupa de sinhá no quarador…
Mas juro, meu senhor, que não a vi.
Só enxerguei a flor do sapoti,
Envolta num orvalho de espuma.
Só vi a flor, senhor, não vi sinhá!
A flor que desse dia para cá,
Embora eu não a veja, me perfuma.