Sinhá

Eu fui escravo, agora sou cantor!

Mas volto a ser escravo na canção!

E se eu vi sinhá e disse não,

Foi para mitigar a minha dor.

 

Sinhá era a senhora do senhor,

E se banhava nua a céu aberto.

Aconteceu um dia eu estar perto…

A roupa de sinhá no quarador…

 

Mas juro, meu senhor, que não a vi.

Só enxerguei a flor do sapoti,

Envolta num orvalho de espuma.

 

Só vi a flor, senhor, não vi sinhá!

A flor que desse dia para cá,

Embora eu não a veja, me perfuma.

 

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 29/07/2024
Código do texto: T8117194
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