FELIZARDO

FELIZARDO

Ao sorrir-te a Fortuna, desconfia

Tu que andas sossegado pela vida!

Os deuses s’entretêm com nossa lida

Sempre a jogar conosco sem valia.

A conquista que anseias todo dia,

Quando vier, ser-te-á aborrecida…

Antes uma angústia esclarecida,

Que alhures persistir na fantasia.

Feliz quem não deseja ser feliz

E, indiferente a tudo o que se quis,

Despreza tanto a sorte quanto o azar.

Fortuna maior não viver ao acaso!

Saber não depender, em todo caso,

De deuses ora a dar; ora a tirar.

Betim - 25 07 2024