SAUDADE

 

O que a memória ama, fica eterno. Te amo com a memória, imperecível.

(Para o Zé, Adélia Prado, Minas Gerais, 1935 - )

 

 

Enquanto o tempo flui e tudo passa,

a própria vida, em si, se esvai – é vento –

ela me traz de volta o lado bento

de tudo que amei com fé e graça.

 

Emerge da memória e vem, me abraça,

a eternizar o encanto de um momento,

esqueço qualquer mágoa e ainda tento

do diamante separar a jaça.

 

A misturar quimera e realidade

na mais perfeita forma de alquimia,

a musa vem e a minha verve invade.

 

E chega sem detença, à revelia,

despida de recatos e, à vontade,

aninha-se em meus versos, me extasia.

 

Edir Pina de Barros

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 25/07/2024
Reeditado em 26/07/2024
Código do texto: T8114772
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