ROSA 264

Em cada refeição, em cada lar,

Os pais não têm sossego, nunca em paz,

Levantam-se para a limpeza audaz,

Das fezes dos pequenos a cuidar.

Deitados, prontos a se levantar,

Sem descanso, sem trégua, assim se falaz,

Os filhos demandam seu tempo, capaz

De se doar, de sempre os acompanhar.

Mas quando crescem, alguns vão dizer,

Que amam mais a Deus, o insondável céu,

Sem ver, sem tocar, sem compreender.

Como amar a quem nunca viram, então?

Se nos pais, desde o berço ao véu,

Não amaram, com toda dedicação.