ROSA 263

Na infância tristonha, sem pão ou luz,

Sem mimos, sem afagos, sem canções,

Cresceu o inocente sem instruções,

Na solidão cruel, sem olimpo, sua cruz .

Na juventude, às margens, não produz,

Na escuridão da sociedade sem perdões,

O jovem pobre, dos sonhos, porões

E todos virarão-lhe as costas, capuz.

Na idade adulta, luta pelo pão,

Suor e lágrimas, seu sacrifício,

A fome de justiça adiada em vão .

Corrupção, desigualdade, a mão

Do Estado ausente, do seu exercício,

Negam-lhe dignidade, esconde a solução.